Luís Filipe Vieira foi detido ao início desta quarta-feira, dia 07 de julho depois de uma manhã de buscas. O presidente do Sport Lisboa e Benfica é suspeito de crimes de burla qualificada ao Fundo de Resolução bancária, crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Luís Filipe Vieira foi detido esta tarde no âmbito dos negócios com o empresário José António dos Santos, intitulado de “rei dos frangos”, que também se encontra na esquadra. O filho do líder encarnado, Tiago Vieira e Bruno Flamengo, empresário de Braga que resolveu a ida de Jorge Jesus para o Flamengo também se encontram detidos.

A operação ocorreu três dias depois de Luís Filipe Vieira ter lançado uma nova emissão obrigacionista com a finalidade de arrecadar 35 milhões de euros. A investigação está a ser coordenada pelo juiz Carlos Alexandre, pelo procurador Rosário Teixeira (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) e Paulo Silva (Inspeção Tributária de Braga).

“Foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca, abrangendo instalações de sociedades, domicílios, escritórios de advogados e uma instituição bancária nas áreas de Lisboa, Torres Vedras e Braga”, expõe o Departamento Central de Investigação e Ação Penal.

As instalações do Benfica, as empresas relacionadas com o empresário José António dos Santos e a sede do Novo Banco foram alvo de buscas por mais de uma centena de agentes da PSP e da Inspeção Tributária.

Em investigação estão os negócios e financiamentos de montante total superior a 100 milhões de euros, que levam a prejuízos elevados para o Estado e algumas sociedades. Os factos são baseados a partir do ano de 2014, sob práticas de crimes de abuso de confiança, falsificação, fraude fiscal, branqueamento de capitais e burla qualificada.

O líder encarnado é também suspeito do crime de abuso de confiança relativamente a ganhos milionários que obteve através da venda de 25% do capital do Benfica SAD a um empresário de nacionalidade estrangeira.

Um dos alegados esquemas de que são acusados permitem o benefício de Luís Filipe Vieira e José António dos Santos, mas o prejuízo do Benfica, pois ao comprar as ações por parte do clube, rendeu 11 milhões de euros ao empresário e amigo de Vieira.

O presidente dos encarnados, através do seu estatuto no clube, tem arranjado formas de beneficiar José António dos Santos na venda de ações do Benfica que tinha 67% da SAD do clube, querendo atingir os 95%.

A operação contou com a participação de 66 Inspetores Tributários ( 26 da Direção de Finanças de Lisboa, 25 da Direção das Finanças de Braga, oito da Direção de Finanças do Porto,  e dois da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais), nove elementos do Núcleo de Informática Forense desta direção, quatro magistrados do Ministério Público, três Juízes de Instrução Criminal e 74 agentes da PSP.